(Jess)
É sexta-feira.
Finalmente é sexta, odeio isto mas tenho estado à espera do dia, estou com medo que ele não apareça (não que seja algo de estranhar).
Eu penso em arranjar-me, vestir algo como se fossemos sair, mas no fim decido por umas calças de ganga velhas e uma t-shirt velha (que acho que nem minha é, mas sim da Sofia) e enfio uns chinelos nos meus pés, prendo o meu cabelo para cima. Vou para a sala, sento-me no sofá enrolada num cobertor e decido começar a compor algo que tem estado preso na minha cabeça nos últimos dias, passado meia hora, tinha perdido a noção de tudo o que estava a acontecer à minha volta até a companhia tocar, e vou abrí-la tendo já perdido qualquer lembrança que estaria à espera dele.
- Hey! – Ele diz quando eu abro a porta, ele estava bom como sempre, numas calças de ganga e uma camisa fora das calças, o cabelo dele estava todo selvagem e não tão arrangado como costuma estar (sinceramente prefiro-o assim), ele cheirava otimamente, perfume simples mas sofisticado. Ele carregava em saco cheio de chinês e dois filmes na mão.
- Olá. Desculpa a confusão, quando começo a compor perco a noção do tempo. – Eu digo, enquanto tiro o lápis que tenho espetados no cabelo e solto-o. Ele olha para mim como se eu fosse encantada de alguma maneira, ele está totalmente a “comer-me” com os olhos. Eu vejo que ele não está a fazer nenhum esforço para entrar, por isso eu pego na mão dele e puxo-o para dentro.
- Não é preciso ficar à porta, ou estás à espera de um convite por escrito.
- Desculpa. – Ele diz, e eu consigo ver que ele está completamente nervoso.
- Deixa a comida na bancada, podes pôr o casaco na cadeira, se preferires há cabides no quarto, é a porta ao fundo do corredor, caso não te lembres. – Ele tenta dizer algo mas eu paro-o. – Então que filmes trouxeste? Espero que seja algo bom. E comida o que tens? – Eu não consigo parar de falar, o meu cérebro não se cala, parte de mim quer que ele se vá embora, porque não quero ser magoada outra vez, a minha boca continua a falar mas eu não tenho a mínima noção do que digo e acho que ele ainda não disse nada. De repente, eu consigo senti-lo a aproximar-se, até que ele está tão próximo que sinto a sua respiração no seu pescoço, até que ele me vira e os lábios dele chocam com os meus, o meu cérebro pára, porque tudo se concentra nos lábios dele, a forma como eles sentem ao pé dos meus, como eles sabem (whisky mas tapado com sabor a menta), como as mãos dele se interlaçam no meu cabelo e quando estou preste a abrir a boca para deixar a sua língua explorar, ele afasta-se, deixando-me ir, deixando-me contra o sofá sem palavras. Ele olha para mim com um sorriso maroto na cara.
- Só pensei que podias querer descansar a língua.
Com isto agarro nele e puxo-o contra mim, beijando-o outra vez mas desta vez as nossas línguas exploram a boca um do outro. As minhas pernas pouco tempo tem antes de se enrolarem à volta da cintura dele, as mãos dele encontram o caminho para debaixo da minha camisola em menos de 10 segundos, enquanto as minhas ainda se agarram ao sofá, mas quando a minha mão está prestes a fazer o caminho para dentro das calças dele, ele afasta-se.
- Acho que devíamos deixar isto para mais tarde.
- Ok. Só queria arranjar algo mais construtivo para fazer com a minha língua. E se precisares da casa de banho é mesmo ao lado do meu quarto.
- Obrigada.
Ele dirige-se para lá (só espero que ele apenas esteja a refrescar-se e não a bater uma – mesmo que essa me ideia me deixe um bocado mais excitada).
Eu vou para a cozinha ver o que ele trouxe para comer – arroz xau-xau, pato à pequim, galinha com ananás e pão chinês, ponho tudo num tabuleiro e levo para o sofá, gritando:
- O que bebes?
- Tens cerveja? – Ele diz já regressando da casa de banho.
- Claro.
- Lata ou garrafa?
- Garrafa. – Eu tiro duas do frigorifico.
- Precisas de copo.
- Nah.
Eu dirigo-me para a sala e vejo-o lá, sentado no sofá, descalço com os pés em cima da mesa e eu passo-lhe a cerveja, ele também aproveitou e pôs os meus papeis de lado.
- Sabes a maior parte das pessoas não tira os sapatos ao entrar em casa de alguém.
- A não ser que seja chinês.
Enquanto ele diz isto eu salto para o sofá e sento-me ao lado dele, ele mete o braço a minha volta, puxando-me para ele e eu não me afasto de volta.
- Então que filmes trouxeste?
- Notting Hill, mas depois pareceu-me que tu não gostavas lá muito de romances.
- Eu adoro-os. Eu só não acredito neles.
- Porquê?
- Porque sim.
- Então continuamos com a regra de nada pessoal?
- Não sejas estúpido e mete o filme.
- Estão não me gloogaste?
- Não.
- A sério.
- Sim. Agora, levanta-te e mete o filme.
- Não há palavra mágica?
- Despacha-te. –Eu digo-lhe enquanto lhe dou uma chapada no rabo.
- A tua mãe não te ensinou boas maneiras.
Fantastico adorei.
ResponderEliminarFico a espera do proximobjs
próximo, please!!
ResponderEliminarquero saber quem é sim? xD
besos, Débora*