sábado, 6 de abril de 2013

2º Capitulo

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(Frederico)
Estava deitado na cama a ler um livro quando ouço a minha mãe a discutir novamente com a minha irmã. Desde que a Laura decidiu deixar de estudar quês estas discussões têm vindo a aumentar. Claro que não gosto de ver duas das pessoas que mais gosto neste mundo a discutir por coisas tão simples mas desde que nasci tem sido sempre assim. Ultimamente as discussões eram sobre o Rodrigo, o namorado da minha irmã. Eu gosto dele, é simpático mas acima de tudo faz a minha irmã feliz mas a minha mãe não vê isso. O meu pai bem tenta que estas discussões parem mas é completamente impossível pois se não discutem na sua presença, discutem quando ele está a trabalhar.
Decidi ir ter com elas. Sabia que iam terminar com aquela gritaria no momento em que me aproximasse delas e como sempre resultou.
A Laura pediu-me para ir buscar o casaco e assim o fiz e rapidamente saímos. Rapidamente chegamos á escola e depois de eu brincar um pouco com os meus colegas fui para a fila.
Quando chegou a minha vez entreguei os meus papéis calmamente. A senhora que estava a fazer as matriculas olhou para os papéis e sorriu. Que estranho. Não percebi o porque do sorrir e fiquei a perceber muito menos quando falou.
- Com que então és irmão da Laura. Conheço-a muito bem. Sabes que ele é uma grande interesseira? E a tua irmã Jessica, puta até dizer basta. – O quê? Minha irmã Jessica?! Mas eu só tenho uma irmã que é a Laura. Ia falar com a senhora quando a Laura começa a resmungar com a auxiliar.

(Laura)
Não queria acreditar que a senhora tinha dito aquilo ao meu irmão. Ainda por cima ele não sabia da existência da Jessica.
- Mas quem pensa que você é? Estar ai a falar das coisas que não sabe e nem lhe diz respeito. Não tem o direito de tocar no nome da Jessica e muito menos chamar-lhe nomes. Por isso trate da sua vida que eu trato da minha. – Não aguentei ficar calar. A minha vontade era mesmo mandar-lhe um par de estalos mas tive de me controlar. Ela não podia ter dito aquilo depois de tanto tempo a esperar pelo momento certo para lhe contar, e basta vir fazer a matrícula para deitar tudo a perder. O Frederico ficou atónico, não sabia como ele iria reagir pois ele era o tipo de pessoa que guardava todos os seus sentimentos para si. Assim que terminamos de fazer a matricula, o Frederico saiu dali a correr. Segui-o e encontrei-o sentado nas escadas como os braços cruzados em cima das pernas e com a cabeça apoiada nelas. Sentei-me a seu lado e com a minha mão passei lentamente no seu cabelo mas rejeitou o meu toque. Assim que viu o Rodrigo correu até ele e abraçou-o. Neste momento sentia-me a pior pessoa á fase da Terra. Suspirei e levantei-me indo ter com eles mas sempre com o receito do Frederico voltar a fugir. E foi o que aconteceu assim que me aproximei deles. Era compreensível o seu comportamento também não iria gostar que me escondessem o facto de ter mais uma irmã.
- O que é que se passa? – Perguntou depois de me dar um beijo na testa. Esta visível na sua cara que não estava a perceber nada do que se passou. Tentava conter as lágrimas ao máximo mas assim que ele me olhou nos olhos não resistir e comecei a chorar. Ele não disse nada apenas me abraçou. Sabia tão bem um abraço dele neste preciso momento.
- O que é que se passou? Por favor diz-me. – Sabia que ele não gostava de me ver desta maneira e conseguia notar no seu olhar.
- Ele já sabe de tudo. – Tentei articular bem as palavras mas era bastante difícil pois não conseguia para de chorar.
- Tudo, o quê? – Perguntou ainda mais confuso que estava anteriormente.
- Tudo. – Repeti. – Sabe sobre a existência da Jessica. – Ele ai abraçou-me ainda mais. Ele sabia o quanto este assunto era sensível e que desde que ela se tinha ido embora se tinha tornado tabu.
Puxou-me pelo braço até ao jardim onde o meu irmão estava, assim que nos viu afastou-se ainda mais. O Rodrigo fez com que me sentasse num dos bancos existentes no jardim e foi ter com o meu irmão. Por mais que quisesse, não conseguia segurar as lágrimas parecia cair ainda mais. Com o passar do tempo limpei as lágrimas que teimavam a cair.
Não demorou muito até ver o meu irmão a correr na minha direcção. Assim que chegou perto de mim abraçou-me até não poder mais. Não sabia o que o Rodrigo lhe tinha dito mas certamente tinha resultado. Quando ele se sentou ao pé de mim, saltei-lhe para o colo e beijei-o até o ar escassear.
Não ficamos ali durante muito tempo pois a hora de almoço aproximava-se. Enquanto o meu irmão estava entretido a jogar na playstation, eu e o Rodrigo tratamos do almoço.
Depois do almoço, decidi mandar um e-mail á Jess a contar o que se tinha sucedido nesta manhã. É claro que ela não iria ficar muito contente com o que se tinha passado.
A tarde foi passada a ver filmes com direito a luta de pipocas. Mas quando chegou as sete horas da tarde já tinha a minha mãe a ligar-me constantemente a avisar-me que já eram horas de ir para casa. E para ela para de me chatear assim o fiz.
Quando entrei em casa, vi que o meu pai ainda não tinha chegado do trabalho. Se não fosse não sabia da existência da Jess.
- Isto é que são horas de chegar, Laura Maria? – Ouvi-a berra da cozinha. É que nem me deu ao trabalho de responder, não estava com paciência para a ouvir.Apenas fui até ao meu quarto e ai vi se a Jess já tinha respondido ao mail.
***
De: Jess
Para: Laura
Assunto: ELE SABE!!

Hey,
Mas a sério?!
Não acredito que a velha lhe disse isso, ele tem 10 anos, Laura. Ele não precisa de ouvir que a irmã é uma puta, especialmente se ele nem sequer sabe que eu existo.
Eu sei que nós tinhamos falado em dizer-lhe, que ele já tinha idade de entender, de o esconder da mãe caso lhe pedissemos, mas nunca pensei que tivesse de ser assim. Muito obrigada por falares com ele, e limpares a minha imagem. Diz ao Frederico que eu o adoro, e eu também te adoro, L.
Espero que esteja tudo bem contigo? Ainda andas com o Rodrigo? Sinceramente não acredito que andas com um jogador de futebol. Ainda ‘tás na pílula, certo? Eles ainda te a dão grátis na clínica, certo?
Estou a pensar em mudar-me outra vez, estou a viver em Londres à quase dois anos, mesmo número de anos em que eu não te vejo, isto de viver numa ilha não dá muito jeito. Estou a pensar Sul de França, mas eu prometo que passo por aí primeiro para matar saudades e finalmente conhecer o Fred.
XOXO,
Jessie

P.S.: Ainda não consigo acreditar que ao fazer a matrícula, as mulheres dizem ao Fred que a irmã é uma puta e que a outra é interesseira (o que tu não és, querida), especialmente contigo ao lado. Mas elas não tem nada na cabeça, são umas autênticas cabras. Mas aposto que a mãe concordaria com o que ela disse de mim.
Agora é que é adeus.
Beijos e liga-me quando quiseres, estou sempre aqui para ti.

2 comentários:

  1. Olá! :)
    Estou sinceramente a gostar desta historia!
    Nao me quero alongar no comentario porque antes prefiro ler um pouco mais da historia para conhecer melhor a historia destas personagens.
    Portanto venha o proximo ;)

    Beso
    Ana Santos

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  2. ainda não posso dizer muito, visto que só publicaste 2 capitulos, mas estou a adorar (:
    quero o próximo, rapidamente se poder ser :b

    beijos, Débora*

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